MANUEL FREIRE
MANUEL FREIRE
Manuel Augusto Coentro Pinho Freire nasceu em Vagos no
dia 25 de Abril de 1942.
Começou a tocar viola por volta
dos 12 anos, por orientação paterna.
Cantou poesias de Prévert,
acompanhando-se à viola em festas no Colégio de Ovar e, a partir dos 16 anos,
no Liceu de Aveiro.
Ainda em Ovar e, posteriormente,
em Aveiro, desenvolveu uma maior consciência política. Com 16 anos participou
na campanha presidencial do general Humberto Delgado, colando cartazes e
distribuindo panfletos. Mas se a sua consciência política já vinha de 1958, o
espectro da Guerra Colonial foi fundamental para começar a cantar outro
repertório, mais politizado, em português, nos convívios universitários e em
encontros organizados por grupos de católicos (os denominados católicos
progressistas, como a Juventude Operária Católica e a Juventude Universitária
Católica) em vários locais do distrito de Aveiro, mas também em Coimbra e no
Porto, o que contribuiu para o seu gradual reconhecimento nessas regiões.
Frequentou o ensino liceal em Ovar e Aveiro, chegando
a estudar Engenharia, em Coimbra e no Porto, sem se licenciar.
1964 - Foi incorporado
compulsivamente no serviço militar (Força Aérea), tendo utilizado o aparelho
técnico da Força Aérea para fazer circular uma edição “pirata”, policopiada, da
Praça da Canção (de Manuel Alegre), então proibida.
Iniciando um percurso mais activo
no âmbito da canção de intervenção a partir de 1967 (ano em que se estreou, por
incentivo de Fernando Gusmão, no Teatro António Pedro - Porto), participou em
inúmeros recitais um pouco por todo o país, em França (onde contactou com José
Mário Branco e Luís Cília), em Espanha (onde actuou em directo na rádio com
Paco Ibañez, Barcelona) e nas ex-colónias, fazendo a denúncia da falta das
liberdades para os portugueses, bem como da Guerra Colonial (por exemplo, a
canção Pedro soldado, com poema de Manuel Alegre).
1968 - Grava o
EP “Manuel Freire Canta Manuel Freire”, que que continha "Dedicatória",
"Eles", "Livre" e "Pedro Soldado e "Livre", poema de Carlos de Oliveira, que passámos a saber de cor
e que, por aqueles dias, em qualquer circunstância, se cantava ou murmurava.
Depois um outro EP, “Trovas,Trovas,Trovas”,
que inclui "Lutaremos meu amor", "Trova", "O
sangue não dá flor" e "Trova do emigrante". No belíssimo poema de Daniel Filipe, "Lutaremos
Meu Amor", uma simples
mensagem: “na aparência sozinhos multidão na verdade, lutaremos meu amor",
punha o regime a tremer. O disco foi de imediato, apreendido pela PIDE.
1969 - Entretanto aparecia na televisão no programa
Zip-Zip, de Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raul Solnado, e aí
apresenta pela primeira vez "Pedra Filosofal" (inspirado no poema de
António Gedeão), que é um sucesso instantâneo. No ano seguinte, e com a qual conquistou os
prémios Casa da Imprensa.
1971 - É lançado o álbum "Manuel Freire"
musicou poemas de António Gedeão, José Gomes Ferreira, Fernando Assis Pacheco,
Eduardo Olímpio, Sidónio Muralha e José Saramago. Foi distinguido com o Prémio
Pozal Domingues.
1972 - Colabora na banda sonora da longa-metragem de
Alfredo Tropa, "Pedro Só".
1978
- Regressa com o álbum "Devolta", em colaboração
com Luís Cilia. No mesmo ano, compõe os temas "Que Faço Aqui?" e
"Um Dia", para a peça "Os Emigrantes" de Slawomir Mrozeh,
encenada por João Lourenço para o Teatro Experimental do Porto.
1993 - A Strauss reedita em CD o disco que contém a "Pedra Filosofal". Esta reedição contém uma nova versão do mesmo tema, gravado com novo acompanhamento e que dura mais de 6 minutos.
1999 - Lança o disco "As Canções Possíveis",
onde Manuel Freire
canta poemas de José Saramago.
2006
- Colaborou com José Jorge Letria e Vitorino num CD para crianças acerca da
Revolução dos Cravos, intitulado Abril, Abrilzinho.
2007 - Manuel Freire canta Nemésio (edição do governo dos
açores). No álbum, Manuel Freire empresta a sua voz a dez poemas do escritor açoriano Vitorino Nemésio.
Este domingo vamos ficar com a canção "Pequenos
Deuses Caseiros", escrita por Sidónio Muralha, na voz de Manuel Freire.
- Bom domingo!
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