VAI DE RODA
VAI DE RODA
Os
“Vai de Roda” são um grupo do Porto, criado em 1978.
A
primeira apresentação ao vivo foi em Fevereiro de 1979.
No
início da década de 80 formaram-se enquanto cooperativa étnico-cultural. Além
da recolha e investigação passava também pela edição de textos e pela
construção de instrumentos.
Nas
gravações participaram Tentúgal, Abi, Agostinho Couto, Amílcar Sardinha, Carlos
Adolfo, Fernando Carvalho, Gil, Isabel Leal, Nanda, Né Santelmo, Paula,
Preciosa Branco, Raul e também Isabel Afonso, Mina, Zé Vitor.
Músicos
que compuseram o Vai de Roda:
Manuel
António Tentúgal – voz solo, sanfona
portuguesa, banjolim, harmónio, cavaquinho, violino, braguesa, viola com arco,
baixo acústico, gaita-de-foles, ponteira, ocarina soprano, tambor e congas
marroquinas, adufe, pandeireta, bombo, caixa, coros, grilos e arreiocos
Abi – pífaro de barro, ponteira, ocarina soprano,
carrilhão de canas, demónio da floresta, piassába no bombo, címbalos, canas e
foguetório, palmas
Agostinho
Couto – guitarra, braguesa, baixo
acústico, búzio, demónio da floresta, garrafa com garfo, canas, sineta, caixa
de ovos, coros e foguetório; concepção da braguesa em "Contra-Dança
I" e "Quadrilha Mandada"
Amílcar
Sardinha – voz solo, gaita-de-beiços,
cavaquinho, trancanholas, pandeiro com milho, sarronca, bombo, palmas,
almofariz, sino, canas e coros
Carlos
Adolfo – guitarra, cavaquinho,
conchas, garrafa com garfo, palmas, paulitos, coros e foguetório; concepção de
guitarra clássica em "Mineta"
Fernando
Carvalho – adufe, bombo, caixa, baixo
acústico, pandeireta, genebres, forma com milho, ocarina baixo, cuco, guizos,
sino, palmas, paulitos, corno, coros, gritos, arreiocos e foguetório
Gi – voz, canas e palmas
Isabel
Leal – voz, guitarra, canas e palmas
Nanda – voz, pinhas e palmas
Né
Santelmo – voz, canas, carrilhão de
seixos, chocalhos e palmas
Paula – voz, chocalhos e palmas
Preciosa
Branco – voz, canas, carrilhão de
chaves, chocalhos e palmas
Raul – banjolim, guitarra, baixo acústico, pandeireta,
caixa, timbalão, caixa de ovos, palmas, garrafa com garfo, canas, sineta e
coros
Músicos
convidados:
Isabel Afonso – voz solo
Mina – segunda voz, em "Moinhos"
Zé Vítor – flauta sopranino
Mina – segunda voz, em "Moinhos"
Zé Vítor – flauta sopranino
Desde
então percorreram sobretudo o Norte do país
e realizaram aturado esforço no campo da música tradicional,
"pegando em recolhas já feitas por outros etnólogos e noutros tempos, e
recolhendo nós também uma a uma as canções.
Vai
de Roda dedica particular atenção aos instrumentos populares quer construídos
pelo próprio grupo ou "já à mão semear", com particular atenção para
os que entre nós se encontram em vias de extinção, como é o caso da sanfona
portuguesa, "A sanfona portuguesa existiu entre nós até finais do séc.
XIX, princípios do séc. XX. Até meados do séc. XIV utilizado como instrumento
de corte, no reinado de D. Pedro I de Portugal passa — e por decisão deste, ao
despedir os únicos sanfonineiros ao seu serviço — para as mãos dos músicos
ambulantes, pedintes e cegos, caindo na descrença e na extinção total".
Discografia:
1983
- gravaram, nos estúdios da Rádio
Triunfo, o disco "Vai de Roda". Trata-se do primeiro
disco em que entra a sanfona portuguesa.
Com a
edição do disco "Vai de Roda" materializa-se um pouco do que foi o
intenso trabalho desenvolvido pela Cooperativa Etno-Cultural Vai de Roda, cujo
nascimento ocorreu em 1978.
Para o grupo Vai de Roda, a música tradicional, que para o homem do campo faz parte da sua vida diária, assume "uma função de arte e de dignificação da criatividade artística do povo".
Isto é mais que evidente no conteúdo do
trabalho agora apresentado, que passamos a referir, o qual é bem mais
expressivo que as palavras: "Minha Roda 'stá Parada" (recolha de
António Joyce, nas margens do Rio Zêzere), "Quadrilha Mandada"
(recolha do grupo em Pias, Cinfães), "Chula" (recolha de António José
Espinheira Rio, em Ponte da Barca, Minho), "Bai-te Labar Morena"
(recolha de Pedro Homem de Mello, em Gondarém, Alto Minho), "Mineta"
(recolha de Michel Giacometti, em Vinhais, Trás-os-Montes), "Moinhos"
(letra de José Carlos P. dos Santos; música recolhida por Isabel Afonso, em
Granja do Tedo, Beira Alta), "Tenho Um Moinho" (recolha de Marina
Graça, em Vilar d’Ossos, Trás-os-Montes), "Contra-Dança I",
"Contra-Dança II" e "Eu m'Arrogo pr'á Batalha" (todas do
Auto de Floripes, recolhidas pelo grupo na Aldeia das Neves, em Viana do
Castelo), "Malhão Velho" (recolha de Tentúgal, no Minho),
"Macelada" (recolha de Hubert de Fraysseix/Unesco, em Monsanto, Beira
Baixa), "Moda do Bombo-Toque de Santa Luzia" (recolha de Michel
Giacometti, em Castelejo, Beira Baixa) e "Oh Que Calma Vai Caindo"
(recolha de Rodney Gallop, em Casegas, Castelo Branco).
1990
- É editado o álbum "Terreiro das Bruxas".
O
disco inclui as faixas "Terreiro Das Bruxas", "Rosinha Vem-te
Comigo", "Baile Das Mafarricas", "Realejo Sacabruxas",
"Branles", "Ronda Dos Espanta Papões I", "Quadrilha (e
viva a música)", "Credo", "La Vitorina", "São
João", "Ronda Dos Espanta Papões II", "Sapatinho Rebatido /
Polca" e "Ungaresca / Saltarelho". O disco é um dos nomeados
para os Prémios José Afonso.
1996
- É gravado o último trabalho discográfico do Vai de Roda, com o título "Polas Ondas". Este está dividido em
quatro partes distintas ("Terra de Lumieiras", "Terra de Vento
Verde", "Terra de Urze" e "Terra de Sal"). O grupo era
formado por Tentúgal, Abílio Santos, Cristina Martins, Helena Soares, Sérgio
Ferreira, Eduardo Coelho e Jorge Lira.
1997
- O disco Polas Ondas, venceu o Prémio José Afonso.
Bandas
Sonoras
O
filme "Oh Que Calma", realizado em 1985 por Abi Feijo, tem banda
sonora dos Vai de Roda. Começava aqui a frutuosa colaboração entre Abi Féijo e
Tentúgal, que fez a banda sonora de vários filmes da Filmógrafo como “Os
Salteadores”, “Fado Lusitano” e “Clandestino” de Abi Feijó e “Estória do gato e
da Lua” de Pedro Serrazina, entre outros.
Não
retirando mérito ao esforço e ao espírito de missão que muitos e bons grupos
vêm prestando à Música Tradicional Portuguesa, mas que muito boa gente insiste
em ostracizar, hoje vou destacar os Vai de Roda, ficando com esta quadrilha
mandada, " Minha roda stá parada".
- Bom
domingo!
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home