PENAFIEL E O 28 DE MAIO DE 1926
PENAFIEL E O 28 DE MAIO DE 1926
Foto cedida por: Alex Borges |
No dia 28 de Maio de
1926, pelas 6h da madrugada, iniciou-se uma sublevação militar em Braga, comandada
pelo general Gomes da Costa, com acompanhamento e apoio civil, incluindo do
operariado da região, organizando-se uma coluna militar que marcha sobre
Lisboa.
Seguindo o
tradicional modelo do golpismo militar português, a partir de um pronunciamento
fora da capital, neste caso em Braga, o movimento repercute-se por todo o país
com um grande número de unidades militares a proclamar logo nesse dia e ainda
maior número no dia seguinte, 29 de Maio, a sua adesão ao golpe.
O Governo
presidido por António Maria da Silva, mandou de pronto uma coluna mista,
chefiada pelo coronel David Rodrigues, do regimento de Infantaria 6, aquartelado
no Porto, ao encontro dos revoltosos.
É nesta
contingência que aparece em Braga um automóvel conduzindo cinco oficiais da
Infantaria 32, aquartelada em Penafiel, os quais procuram sem demora
conferenciar com o general Gomes da Costa.
Eram eles Alberto
Reimão, António Cunha, Augusto Vieira, Ernesto de Almeida e Queirós Novais.
Uma vez em
presença do general Gomes da Costa, ofereceram-lhe sem condições o apoio do
regimento de Infantaria 32, a que pertenciam, com um efectivo de 600 homens.
Perante este
oferecimento franco e leal, não pode o general Gomes da Costa conter a alegria,
que de súbito lhe invadiu a alma.
Os oficiais do 32,
convidaram-no, então, a vir a Penafiel para se certificar da veracidade do
oferecimento generoso.
No dia seguinte de
manhã, veio o general Gomes da Costa, acompanhado dos seus ajudantes, a
Penafiel.
Entrou resoluto no
quartel do regimento, a esse tempo comandado pelo major Júlio Garcez Lencastre,
com larga e brilhante folha de serviços nas colónias e com ele trocar rápidas impressões,
ouvindo-se em breve o toque a oficiais.
Estes reunidos,
não hesitaram, à excepções de dois, em dar o seu apoio ao movimento
revolucionário.
O entusiasmo
dominava agora mais de que nunca os revoltosos, que esperava com fé
inquebrantável levar de vencida a sua causa patriótica.
Propagada pela
imprensa a adesão de um regimento da 3.ª Divisão, não foi difícil incutir a outros a coragem de lhe seguirem o exemplo.
E assim
acontecendo, e assim ganhando rápidas raízes a revolução, conseguiu o General Gomes
da Costa entrar triunfante na cidade do Porto, no dia 4 de Junho de 1926.
No dia 6 de Junho
de 1926, é consolidada a vitória do golpe militar, entrando triunfalmente o
general Gomes da Costa montado no seu cavalo, pela Avenida da Liberdade em Lisboa.
Em consonância com
os tempos que se viviam na Europa, o novo poder assumiu-se como anti-parlamentar, atribuindo as culpas do caos que se instalara no país à
política partidária e ao jogo do parlamentarismo.
Assim, assume-se
como uma ditadura militar, que em pouco tempo se passou, em desafio claro ao
parlamentarismo democrático, a auto-denominar de Ditadura Nacional, que foi
derrubada no dia 25 de Abril de 1974, pois como diz o nosso povo: "Não há bem que sempre dure, nem mal
que nunca acabe".
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