O COMENDADOR ESTÊVÃO COELHO
O COMENDADOR
ESTÊVÃO COELHO
ESTÊVÃO COELHO
E
O RELÓGIO DA IGREJA
DE
SANTA MARTA
Tempos houve, que os
portugueses emigravam para o Brasil e passados poucos anos, apareciam na sua
terra natal com grandes fortunas. Daí se dizer que tinham ido ao Brasil abanar
a árvore das patacas.
Mas esta gente
transportava no coração a saudade do seu berço, e não se esquecia de fazer algo
que contribuísse para o bem de todos os seus conterrâneos.
Assim tivemos Zeferino
de Oliveira, que contribuiu com uma escola para a freguesia de Croca onde era natural,
e para as obras do Santuário de Nossa Senhora da Piedade e o jardim que o
rodeia, assim como para o Hospital da Misericórdia em Penafiel.
Manuel da Rocha Melo,
com a construção das cantinas escolares nas freguesias de Novelas e Bustelo,
assim como costeando o seu funcionamento.
Igreja de Santa Marta ainda sem portões e relógio. |
Na freguesia de Santa
Marta, o benfeitor foi o comendador Estêvão Coelho.
A 19 de Março de 1950,
foram inaugurados dois portões em ferro para a vedação do adro da igreja
paroquial e doze bancos para adorno do mesmo templo, oferecidos pelo comendador
Estêvão Coelho e sua excelentíssima esposa D. Florinda Coelho, importante
capitalista do Rio de Janeiro.
O pároco Abílio
Nogueira celebrou missa em acção de graças dos beneméritos.
A igreja estava
iluminada e as filhas de Maria cantaram o Avé durante as cerimónias religiosas.
Os sinos tocaram a
repique, sendo queimadas muitas dúzias de fogo em sinal de regozijo.
No final foi servido um
lauto almoço em casa do Sr. José Mendes Ferreira, onde marcaram presença, o
padre da freguesia Abílio Nogueira e muitos amigos do homenageado, entre
outros:
José Baptista –
Presidente da Junta de Freguesia
José de Sousa Ribeiro;
Joaquim Mendes Araújo; Sebastião Coelho de Oliveira; Sebastião Caetano; José
Joaquim Ribeiro; António de Sousa Ribeiro e José de Sousa Neto.
Aos brindes com
champanhe, o pároco agradeceu a dádiva à sua igreja. A seguir usou da palavra o
Sr. José de Sousa Ribeiro, que agradeceu ao Sr. Comendador e sua esposa, a
lembrança que tiveram para com a sua igreja, onde foi baptizado e recebeu a
primeira comunhão o comendador Estêvão Coelho, acrescentando que a Nossa
Senhora de Santa Marta, padroeira da freguesia, seja o farol do navio que os
vai conduzir às terras de Santa Cruz.
O Comendador Estêvão
Coelho, depois de agradecer a homenagem de que foi alvo, prometeu a colocação
na torre daquela igreja de um relógio para boa orientação dos habitantes da
freguesia.
Antes de embarcar no
navio transatlântico Serpa Pinto, com rumo ao Brasil, entregou ao Sr. José
Mendes Ferreira 500$00 para o Hospital da Misericórdia de Penafiel.
Já no Brasil, o
comendador Estêvão Coelho, enviou uma carta para o Sr. José Mendes Ferreira,
considerado comerciante local, casado com a Sr.ª Dona Francisca de Sousa
Pereira, irmã do grande operador Doutor Sousa Pereira, com a importância
necessária para a aquisição de um relógio, a ser colocado na torre da Igreja de
Santa Marta.
O relógio foi fabricado
em Portugal, pela fábrica Monumental de Almada, tendo as obras para o seu assentamento
sido levadas a efeito pelo Sr. José de Sousa Ribeiro.
No dia 4 de Agosto de
1951, foi inaugurado em Santa Marta, o relógio colocado na torre da Igreja
Paroquial, oferecido pelo comendador Estêvão Coelho.
Quando o relógio batia
as primeiras horas, foi benzido pelo pároco da freguesia Abílio Nogueira, tendo
a fita inaugural sido cortada pela menina Ana da Glória Campos Mendes Ferreira
e da Sr.ª Dona Francisca de Sousa Pereira.
De seguida foi
oferecido um almoço pelo Sr. José de Sousa Mendes, a que assistiram mais de
sessenta pessoas, tendo sido guardado um minuto de silêncio antes do início do
mesmo, em homenagem ao Sr. Comendador Estêvão Coelho.
A partir deste dia, o
relógio da torre da Igreja de Santa Marta, começou a marcar e a bater as horas
para toda a freguesia e a quem por lá passa, se orientar no tempo.
Ao contrário de Zeferino de Oliveira, que tem nome de rua em Penafiel e de escola em Croca, este nosso conterrâneo Estêvão Coelho, não teve direito a entrar para a toponímia de Santa Marta.
Sem beliscar seja quem for, apenas como sugestão, penso que não seria desajustado dar o seu nome ao adro da Igreja de Santa Marta, em reconhecimento das dádivas que Estêvão Coelho fez a esta igreja.
Ao contrário de Zeferino de Oliveira, que tem nome de rua em Penafiel e de escola em Croca, este nosso conterrâneo Estêvão Coelho, não teve direito a entrar para a toponímia de Santa Marta.
Sem beliscar seja quem for, apenas como sugestão, penso que não seria desajustado dar o seu nome ao adro da Igreja de Santa Marta, em reconhecimento das dádivas que Estêvão Coelho fez a esta igreja.
2 Comments:
Este comentário foi removido pelo autor.
Márcia Guerra realmente não conheci o seu Avô.
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