REGENERAÇÃO
Não compreendo porque se teima em chamar a este sítio de centro histórico, quando se arranca o que é antigo e lindo, para em seu lugar serem colocados calhaus. Por mais marketing que façam (e nisso são especialistas em relação à oposição, se é que ela existe), e adocem a boca com bolinhos de amor, penso que a destruição desta praça é um erro, tal como o foi a da Praça do Mercado, pois a tão apregoada mobilidade não sofreria com a sua manutenção, já que a mesma está assegurada à sua volta.
Bem sei que o preto e branco se vai manter nesta praça, basta ver como ficou o piso na Rua Alfredo Pereira e no Largo da Ajuda para termos uma noção do que será futuramente a Praça do Município.
Mas porque será que isto acontece a esta cidade?
Para não dizerem que sou má-língua, vou-me socorrer do texto “Primavera traída” do Professor Zeferino Lopes extraído do Livro Vivências de Abril, publicado em 2008, na Escola Secundária de Penafiel.
“ 3º - Gente sem formação de base, sem conhecimento científico ou cultural reconhecido, mas que, à custa do oportunismo e da retórica vazia de ideias (mas cheia de palavras ocas como “liberdade”, “democracia”, “justiça”, “progresso social” que empolgavam as multidões de analfabetos e embrutecidos pela cortina de fumo que constituiu a longa ditadura), depressa subiu os escalões do poder – primeiro dentro dos partidos e depois até dentro da hierarquia do Estado, ocupando muitos os lugares de responsabilidade como autarcas, deputados, etc.. Daí resultou todo um conjunto de asneiras que, agora, pagamos caro: a destruição, em nome do “progresso”, do património cultural em muitas cidades históricas de que Penafiel é também um mau exemplo (perdemos para sempre um mercado do séc. XVII em granito e ferro forjado tendo sido implantado, no seu lugar e no centro da cidade, um prédio que a descaracterizou profundamente).
Quando foi destruída a Praça do Mercado, e agora a Praça Municipal, o município era governado pelos mesmos partidos PSD e CDS. No primeiro caso na coligação baptizada de AD (Aliança Democrática), e agora com o nome Penafiel Quer.
É bom que os penafidelenses não se esqueçam, que uma terra que não respeita o seu passado, é uma terra sem futuro, e que depois dos erros cometidos, apenas nos resta lamentar.
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