1º CONCURSO DE MONTRAS EM PENAFIEL
A MONTRA DA CASA MIMOSA
Nesta quadra natalícia, os penafidelenses têm razões de sobra para cantarem “Ó Tempo Volta Pra Trás”, e recuar no tempo em que a urbe comemorava o Natal tendo como figura principal o Menino Jesus, em vez do Pai Natal imposto por esta sociedade de consumo.
No antigamente, tínhamos os cantadores das janeiras a percorrerem as ruas para animar a malta.
Mas se não há dinheiro para iluminações de Natal, nem para fogo de artifício na passagem de ano, temos que dar azo à imaginação para alegrar a quadra.
Estou-me a lembrar do 1º Concurso de Montras, promovido pelo jornal Notícias de Penafiel no ano de 1962, o que levou os nossos comerciantes com talento, engenho e arte embelezarem as montras, tendo como tema o Natal e usando como base os artigos à venda nos respectivos estabelecimentos comerciais.
As inscrições eram feitas na redacção do Notícias de Penafiel e cada montra a concurso pagava 100 escudos no acto de inscrição (o equivalente a 50 cêntimos na era do €uro).
Apesar de cada cabeça sua sentença, o que conta nestas coisas é a classificação do júri. Para os três primeiros classificados o prémio era uma placa em prata e para os restantes diploma com a classificação.
O júri era constituído por:
Elisa de Carvalho – Directora do Jornal Feminino
Maria Elisa B. da Silva Carvalho – Representante da Comissão de Cultura da cidade de Penafiel.
Padre Antídio Coelho de Sousa – Director do Notícias de Penafiel
Joaquim José Mendes – Em Representação do Presidente da Câmara de Penafiel.
Alberto Teixeira – Presidente do Grémio do Comércio.
No primeiro dia de 1963, os elementos do júri, depois de visitarem e examinarem cuidadosamente as montras a concurso, reuniram pelas 16h no Café Alvorada atribuindo a seguinte classificação:
1º Prémio – Casa Mimosa
2º Prémio – Cardoso da Saudade
3º Prémio – Casa Nova
4º Lugar – Café Alvorada
5º Lugar – Casa Nova
6º Lugar – Casa Fausto
7º Lugar – Electrificadora Penafidelense
8º Lugar – Sapataria da Moda
9º Lugar – Casa Saros
10º Lugar Electro-Bazar Penafidelense
Os prémios foram entregues no dia 12 de Janeiro no salão de festas do Sindicato dos Caixeiros, numa sessão presidida pelo Sr. Coronel Cipriano Fontes Presidente da Câmara Municipal de Penafiel, tendo o jornalista Sardoeira Pinto Chefe da Redacção do Diário do Norte feito uma alocução sobre as iniciativas de valorização regional.
O que não se compreende muito bem, é porque esta notícia é ilustrada no Jornal Notícias de Penafiel do dia 4 de Janeiro de 1963 com a montra 2º classificada, e não com a montra vencedora da Casa Mimosa, o que seria mais lógico. Talvez sejam critérios extra concurso, que até aos dias de hoje não consegui descortinar.
Alguns destes estabelecimentos comerciais infelizmente já desapareceram, mas a Casa Mimosa além de manter a sua traça, continua a ser uma autêntica escola de bem atender, pelos mestres da arte Sr. Freitas e Sr. Adão.
Ontem como hoje, e fazendo jus ao prémio conquistado, a Montra da Casa Mimosa continua a ser uma referência no Comércio Tradicional de Penafiel.
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