23 dezembro 2007

BIBA A MENISTRA DA INDUCASSÃO

ABAIXU OS PROFS ROSKOFS
(A NOSSA GENTE)
Ficção

Todos os dias, lá me encontro com o meu amigo à mesa do café numa conversa da treta. Não só falamos das coisa que nos afligem a nível nacional, como local, das injustiças que ainda hoje se cometem ao desbarato, e a nova versão da perseguição política que se abate sobre muitos cidadãos que ousam cometer o crime de exercerem o direito à cidadania.

Outro dia para variar, centrou-se a conversa no novo acordo ortográfico lusófono que aí está na forja.

Sendo o meu amigo professor da língua de Camões daqueles que querem o sujeito, o predicado e os complementos certinhos direitinhos, lá debitou que a malta jovem pouco lê, que não sabe escrever e tal como a matemática só com simplexs para combater estatísticas é que os testes lá vão sendo ultrapassados.

Foi então que eu resolvi meter a minha colherada na massa, embora perceba pouco ou nada do assunto. Primeiro para enervar o meu amigo comecei por lhe dizer que ele não acompanhou os tempos que correm e precisava de ir para a reforma enquanto não o mandavam para a reciclagem. É que longe vai o tempo em que se dizia que: Sem cultura e sem noção / não pode haver alegria / A cultura é como o pão / faz falta no dia-a-dia. Pela experiência da vida, hoje sabemos muito bem que mais vale um cartão rosa ou laranja do que a dita cultura para arranjar um emprego.

Sendo a escrita um código em que o emissor aplica e o receptor decifra, estando ambos em sintonia cheguei à conclusão que basta o aluno escrever certa a primeira e a última letra na palavra para a mesma ser considerada certa e não erro ortográfico.

O meu amigo riu-se na minha cara e desatou a dizer que eu não sabia o que dizia e que neste assunto era um zero à esquerda.

Como não possuía naquela altura qualquer trunfo para contradizer o meu amigo, apliquei a táctica do bico calado, mas cá por dentro a remoer esta ideia de ter que comprovar as minhas postas de pescada. Fruto de um trabalho complexo e sério prá frentex, construí este pequeno texto que compartilho com o amigo leitor, e serve não só de prova dos nove à defesa da minha honra, como à criação de “Novas Oportunidades” para ajudar os alunos mais enrascados na escrita:

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesridda ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lteras etejasm no lgaur crteo.

O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.

Sohw de bloa e paonpté na gmraáicta.

Ainda quero ver a cara do meu amigo professor quando ler este texto. É que como diz o nosso povo, quem ri no fim é o que ri melhor.