12 dezembro 2007

CAVAQUEANDO O ERRO HISTÓRICO

CAVAQUEANDO O ERRO HISTÓRICO
(A NOSSA TERRA)
De há uns tempos a esta parte, o país caminha a todo o vapor ou numa linguagem mais futurista no TGV para o neoliberalismo, dando como resultado final um autêntico manancial de desempregados (actualmente cerca de meio milhão, muitos deles de canudo na mão), prontos a serem lançados no mercado como a “geração dos 500€” mensais.

O que pensará esta gente que não tem dinheiro nem para mandar tocar um cego, quando ouve na rádio e na televisão, os encamisados de barriga cheia, a debitarem postas de pescada como quem quer ter saúde paga ou melhor dizendo e aplicando o célebre binómio: utilizador pagador.

Evidentemente que estamos a chegar à quadra natalícia e por todo o lado se vão multiplicar peditórios às portas dos super mercados para o banco alimentar não sei de onde, telefonemas para as casas das pessoas pedindo um pequeno auxílio para alguém necessitado que nem conhecemos, os jantares para idosos promovidos pelas Juntas de Freguesias, cobertores e bolo-rei para os sem abrigo, etc., pena é que o Natal não seja todos os dias como diz o poeta.

Numa destas últimas noites de chuva, vento e frio de rachar que se fizeram sentir no final do mês de Novembro, encontrei um membro desse grande exército de desempregados de longa duração, que tinha vindo inserido num grupo de turistas seniores à nossa cidade de Penafiel visitar a Rota dos Vinhos Verdes.

De tal maneira ficou deslumbrado, com o que apreciou e viu, que acabou por se perder nas ruas do erro histórico pernoitando na pensão Estrela na Rua Alfredo Pereira mais propriamente na reentrância da montra da loja INIGMA.

O caso não é para menos, com milhares de pessoas a percorrerem esta zona pedonal diariamente, com o negócio de vento em popa (pois já se prevê a médio prazo para além do pagamento do parque de estacionamento a distribuição de senhas para o funicular), com centenas de pessoas nas filas de espera para obterem um visto para poderem vir aqui morar, que o homem nem queria sair daqui e resolveu acampar.

Num futuro breve, nesta zona pedonal será uma realidade a instalação de um funicular que ligará a basílica de Nossa Senhora da Piedade à primeira maravilha do Concelho de Penafiel que é a Quinta da Aveleda, juntando a esta novidade a Penafielândia que fará o Sentir Penafiel dos netos aos avós, estando previstas por estes motivos novas invasões de turistas seniores em grande número. Para tal já temos hotéis de bom nível, centros comerciais ao ar livre e se tudo correr bem como o previsto, uma feira da ladra para todos os gostos aos fins-de-semana, e para os moradores sem garagem, o Pai Natal vai-lhes trazer um helicóptero para aterrarem nos seus quintais.

Já estou a ver a oposição a ornamentar as ruas do erro histórico com faixas a dizer mal de tudo isto, mas fraseando o nosso avozinho, quando eles criticam nós temos sucesso.

De certeza que por este andar da carruagem, dentro de alguns anos, vamos ser invejados pelos nossos vizinhos de Paredes, Lousada, Marco de Canaveses, Castelo de Paiva e Felgueiras pelo aumento do turismo sénior na zona do erro histórico, pois não está fora de hipótese aumentar o nosso património na Rota do Românico, inserindo esta zona do erro histórico no prolongamento da Cidade Morta do Mozinho.

Com todo este potencial, só os ceguinhos ou as más-línguas é que podem dizer que a zona do erro histórico em Penafiel, não é um sucesso com futuro assegurado.

Para finalizar, não só agradeço como faço votos que Deus abençoe e dê longos anos de vida ao grande timoneiro El Plagiador e seus continuadores do erro histórico, por nos contemplar com gente tão iluminada.