ARRANJA-ME UM EMPREGO
ARRANJA-ME
UM EMPREGO
No final do jogo da
bola, e quando me preparava para recolher no vale dos lençóis, eis que ouço uma
grande algazarra na rua.
Deve ser gente da bola
a festejar, pensei eu com os meus botões.
Mas ao aproximar-me da
janela, vejo uma confraria a desfilar com os seus estandartes, e jovens a
implorarem a um homem que seguia no meio da multidão:
- Arranja-me um
emprego!
Lá no meio todo pimpão
e fanfarrão, lá ia el-rei D. Sebastião.
A confraria lá seguiu o
seu rumo com D. Sebastião a acenar ora para a esquerda, ora à direita, e a
lançar sorrisos em todas as direcções.
Fechei a janela e corri
para o telefone a contar o que acabara de presenciar ao meu amigo investigador,
pois talvez ele soubesse explicar este fenómeno de fazer renascer gente do
passado.
Lá me ouviu
atentamente, e no final apenas me disse que a química ainda não explica estes
fenómenos.
Pronto!
Foi o que se pôde
arranjar para hoje, pois já em 1979, Sérgio Godinho nos cantava “Arranja-me um
emprego”.
- Bom domingo!
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