13 abril 2014

BARTOLOMEU



BARTOLOMEU


O Duo Ouro Negro, foi o grande embaixador da música angolana em Portugal e na Europa. 

Muito mais tarde apareceu o Ruy Mingas através do programa Zip Zip e ainda muito depois José Adelino Barceló de Carvalho o Bonga.

Quando cheguei a Angola no ano de 1973, verifiquei que havia cantores que passavam nas rádios angolanas, que eram totalmente desconhecidos em Portugal, e muitos deles cantavam em dialecto, que desconhecia por completo.

Filipe Mukenga, Teta Lando, Os Jovens do Prenda, Carlos Lamartine, Lurdes Van Dunen, Liceu Vieira Dias, Pedrito, David Zé, Os Kiezos, N’Gola Ritmos e tantos outros.

No ano de 1974, encontrava-me em Nova Lisboa (hoje Huambo).


Enquanto em Portugal a cantiga era uma arma, o grande êxito de74 em Angola, pertencia a Prado Paim, com um merengue angolano intitulado “Bartolomeu”.

Esta canção fazia gingar os corpos, e até os mais insensíveis não resistiam em bater o pé.

Os africanos que trazem a música no coração, e os ritmos no sangue, não resistiram à batida e à dança, e o single vendeu em 1974, 34.000 cópias, valendo a Domingos Prado Paim, a conquista de um disco de Ouro atribuído pela companhia de Discos de Angola (CDA). 

Até hoje não sei o que Prado Paim canta no seu dialecto, mas mesmo assim, não deixei de trazer o Bartolomeu para a minha pequena colecção de discos em vinil.

Para alguns será uma lembrança, para outros a descoberta destes ritmos com 40 anos de idade.

Francamente espero que gostem, afinal de contas é melhor festejar 40 anos de Bartolomeu, do que certas coisas que para aí andam a serem maltratadas e traídas diariamente.


- Bom domingo!