O CAFÉ BAR
O
CAFÉ BAR
Aos poucos, o Sr.
Joaquim Marques Lima, foi adaptando o local onde esteve a Ourivesaria Lima, na
Praça Municipal, num café decorado e mobilado com todos os requintes modernos,
tornando-o luxuoso e confortável.
O Café Bar, assim baptizado
pelo senhor Lima, foi inaugurado no dia 20 de Março de 1937, sendo o mais
concorrido nesse tempo pela gente chic cá da terra.
A partir desta data, na
Praça Municipal aparecem os dois melhores cafés da cidade, o Sociedade e o Bar.
Este último foi o
primeiro a ter bilhar cá na urbe. No tempo em que a televisão não passava de um
sonho, o bilhar era o novo entretimento preferido dos homens que frequentavam o
Café Bar, chegando-se a realizar alguns campeonatos.
Nesta altura, o Café
Bar ocupava todo o rés-do-chão do prédio desde o N.º 37 ao 43.
Ao centro do salão
ficava o bilhar, ladeado de mesas à sua esquerda e direita.
Um dos jogadores que
gostava de ver jogar, era o Sr. Madureira do cachimbo, assim chamado devido ao
uso do mesmo.
O Sr. Madureira era o
único jogador que possuía taco próprio, que no final das suas tacadas, o
desatarraxava e o guardava numa saca em pano e o transportava consigo para sua
casa no Largo da Ajuda.
No Verão, o Café Bar,
montava a sua esplanada junto ao monumento aos Mortos da Grande Guerra.
Para que
os seus estimados clientes, fossem servidos com bebidas frescas, adquiriu um
frigorífico “Electrolux”, o que era um luxo para a época.
O Café Bar, não passou
despercebido à pena dos nossos poetas.
No jornal “O
Penafidelense”, de 17 de Outubro de 1939, foi publicado um poema em forma de
acróstico (No Café Bar), com o título “Onde é?” de autoria de António
Melo.
Todos sabemos, que a melhor publicidade
que qualquer estabelecimento pode ter, é aquela que é feita pelos seus próprios
clientes.
Em 26 de Junho de 1941,
o Sr. Lima recebe pelo correio um poema assinado Ivo Magano, como recordação de
um delicioso café ali tomado, que reza assim:
Depois de passar por
vários proprietários, o Café Bar adaptou-se aos tempos que correm, ficando
reduzido a uma das portas.
Devido a esta
transformação, o meu amigo Fernando Beça Moreira, no seu livro “Penafiel
Cumplicidades”, dedicou-lhe o poema Café Bar.
Apesar das suas reduzidas
dimensões, no Café Bar, encontramos uma enorme simpatia em todos aqueles que
nos recebem.
Como nota curiosa,
neste prédio, funcionou a Loja Maçónica estabelecida em Penafiel em 1863,
terminando os seus dias em 30 de Agosto de 1865, data em que o seu órgão “O
Século XIX”, suspenso temporariamente, também cessou a sua publicação.
Nesta casa, também nasceu
Joaquim de Araújo, ilustre penafidelense poeta, ensaísta e diplomata.
E pronto, é destas pequenas
coisas que se vai construindo a história da nossa terra, e se alimenta a alma
penafidelense.
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