AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE
AFASTA
DE MIM ESSE CÁLICE
Chico Buarque e Gilberto Gil |
No ano de 1973, em
plena ditadura militar brasileira, encabeçada pelo Marechal Castelo Branco,
Chico Buarque e Gilberto Gil, escrevem uma canção com o título “Cálice”.
A letra da canção, faz
uma analogia entre a Paixão de Cristo, e o sofrimento vivido pela população
brasileira aterrorizada.
No poema, há várias
citações como estas duas que passo a citar:
“Afasta
de mim esse cálice, Pai”.
Aparece como uma
súplica para o Pai, afastar esse cálice, isto é, a censura imposta pela
ditadura.
“Na
arquibancada para a qualquer momento / ver emergir o monstro da Lagoa”.
O monstro é Rodrigo de
Freitas, um dos responsáveis pela repressão e que morava no bairro da Lagoa, e
que aos domingos costumava ir ao Maracanã assistir aos jogos de futebol.
Claro está que a letra
não passou na censura, mas devido à juventude rebelde de ambos, Chico Buarque e
Gilberto Gil, acabam por cantá-la em palco, com a letra tartamudeada e a
palavra cálice em pronúncia brasileira a resultar num cale-se!
Nada melhor do que
ouvirmos as duas versões de Cálice, primeiramente a censurada interpretada por
Gilberto Gil e Chico Buarque, e a segunda gravada mais tarde já em liberdade
por Milton Nascimento e Chico Buarque, para termos a noção como esta gente
escrevia nas entrelinhas, mas nem sempre conseguia fintar a censura.
- Bom domingo!
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