PRA NÂO DIZER QUE NÂO FALEI DE FLORES
Geraldo
Vandré
Pra
não dizer que não
falei de flores
A canção “Pra não dizer que não falei de flores", está
para a resistência do povo brasileiro à ditadura militar à época, como a canção
“Os Vampiros” do Zeca Afonso está para os portugueses contra a ditadura de
ontem e de hoje.
Geraldo
Vandré foi o nome artístico utilizado até o ano de 1968 por Geraldo Pedroso de
Araújo Dias Vandregísilo, que nasceu em João Pessoa, Paraíba, no dia 12 de
setembro de 1935.
Entretanto,
ele continua sendo conhecido até hoje pelo seu nome artístico, onde Vandré se
trata de uma abreviatura do sobrenome do seu pai, José Vandregísilo.
Geraldo se
mudou para a então Capital do Brasil em 1951, para ingressar na Faculdade
Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela qual se
formou em 1961. Militante estudantil, participou ativamente do Centro Popular
de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Nesta mesma
década de 60, Geraldo Vandré iniciou sua carreira musical, onde se tornaria um
dos ícones da oposição ao regime militar.
O primeiro grande sucesso veio com Disparada cantada por Jair Rodrigues. Esta canção, foi vencedora junto com "A Banda" de Chico Buarque do Festival da Canção da TV Record em 1966. A história nos bastidores conta que apenas a música de Buarque ficaria em primeiro, porém Chico não concordou, pois considerava Disparada melhor que a sua e não aceitaria o prémio. A situação foi resolvida quando foi informado que ele e Geraldo Vandré dividiriam o prémio.
O primeiro grande sucesso veio com Disparada cantada por Jair Rodrigues. Esta canção, foi vencedora junto com "A Banda" de Chico Buarque do Festival da Canção da TV Record em 1966. A história nos bastidores conta que apenas a música de Buarque ficaria em primeiro, porém Chico não concordou, pois considerava Disparada melhor que a sua e não aceitaria o prémio. A situação foi resolvida quando foi informado que ele e Geraldo Vandré dividiriam o prémio.
Em 1968, mais uma vez uma composição de Vandré chegou à final do Festival da Canção da TV Record, só que desta vez era o próprio Geraldo quem interpretava sua canção e mais uma vez disputou o prémio com uma música de Chico Buarque, "Sabiá" composta em parceria com Tom Jobim, onde desta vez não teve divisão de prémio, que ficou para Chico. Mas a plateia se revoltou, pois queriam a composição de Vandré como campeã, e durante a apresentação da música vencedora só se ouvia vaias vindas da plateia. Este se tornou um dos momentos mais emblemáticos da história dos festivais. A canção defendida por Geraldo Vandré era "Para não dizer que não falei de flores", simplesmente a música que se tornou o hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura militar durante o governo militar, e que em menos de um ano foi censurada.
O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a
hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta
armada contra os ditadores.
Tal como no Brasil nos
anos 60 do século passado, a coisa aqui está preta.
Neste passado sábado, 13 de
Outubro de 2012, assistimos em várias cidades do país, a concertos musicais
nesta onda de revolta e indignação sob o lema: “Que se lixe a Troica”.
Isto tudo para não dizer que não falei de flores.
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
1 Comments:
Lindíssimo amigo Fernando Oliveira. Vale a pena viver para "ouver" canções destas. Bem haja gente assim...
Abraço
Beça Moreira
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