A IGREJA DE MILHUNDOS
A
IGREJA DE MILHUNDOS
Antiga Igreja de Milhundos |
Nova Igreja de Milhundos |
A paróquia de S.
Martinho de Milhundos é de fundação medieval.
Milhundos já existia
como paróquia do Mosteiro de S. Miguel de Bustelo em 1258,
como se lê nas Inquisições.
J. Monteiro de Aguiar
(C.M.P. – 1936-43, pág. 141), faz referência a um doc. De Paço de Sousa, de
1102 (sem indicar qual seja ele), em que fala de S. Maria de Melhundos.
Nas Inquisições de D.
Dinis também o orago é S. Maria, enquanto nas de D. Afonso III, já figura o S.
Martinho.
Também se pode ler no
Dicionário Coreográfico de Portugal Continental e Insular de Américo Costa, e,
segundo a Estatística Parochial, em 1840 estava esta freguesia anexada à de
Santa Marta. Mais tarde em 1862, está anexada à de Milhundos a freguesia de
Rande de (S. João Baptista), que antigamente estava anexada à de Canas de Duas
Igrejas.
Na antiga Igreja de
Milhundos, sobressaía a brancura das paredes, a simplicidade das suas linhas e
as suas modéstias dimensões.
Nesta humilde igreja,
António Ferreira Gomes celebrou a sua Missa Nova no ano de 1928.
Já em 1969, após o
regresso do exílio de D. António Ferreira Gomes (Bispo do Porto), na sua
primeira visita à sua terra natal, fez questão de visitar a velha igreja
paroquial de Milhundos.
Com o decorrer dos
anos, a pequena Igreja de Milhundos, tornou-se impotente para albergar os fiéis
que a ela acorriam, e era o ponto fulcral das conversas.
D. António Ferreira
Gomes, e o Pároco Carlos da Silva Reis são os grandes impulsionadores da
construção da nova Igreja de Milhundos.
A primeira pedra da
parte reedificada, foi lançada a 13 de Dezembro de 1981, pelo Bispo do Porto
ao tempo, D. António Ferreira Gomes.
Assim, nasceu a nova
Igreja Paroquial de Milhundos, moderna, de esguia torre sineira com a cruz bem
lá no alto, que foi consagrada no dia 7 de Outubro de 1984, pelo Arcebispo do
Porto, D. Júlio Tavares Rebimbas.
Da antiga igreja,
aproveitou-se a Capela-Mor, convertendo-a em Capela Baptismal. Se a antiga
capela-mor simboliza a fé tradicional, a actual construção renova a mesma fé
assumida no presente.
Os participantes nos
actos litúrgicos têm uma ampla visibilidade do altar-mor, já que a nave é
inclinada, finalizando com degraus na parte posterior e, num plano superior,
assim como o coro. Esta Igreja de Milhundos pode comportar 450 pessoas
sentadas.
A cerimónia da sua
inauguração, começou às 11 horas, estando presente entre os milhundenses:
D. António Ferreira
Gomes, D. Júlio Tavares Rebimbas (Bispo do Porto), D. Domingos de Pinho Brandão
e D. João Miranda, ambos Bispos Auxiliares do Porto e D. Manuel da Silva
Martins, Dispo de Setúbal à data.
Governador Civil do
Porto e esposa, O Vice-Governador, o Sr. Presidente da Câmara de Penafiel e
esposa, o Capitão de G.N.R. de Penafiel e esposa, o Presidente da Junta de
Milhundos, o Vigário Geral da Diocese o Cónego António dos Santos, filho
ilustre de Milhundos, os Reitores dos Seminários e Directores do Colégio de
Ermesinde, párocos de Guilhufe, Baltar, Galegos, Abragão, Real de Amarante, Rio
de Moinhos, Boelhe e Rebordosa.
Eram 11h 20m, estoirou
uma girândola, anunciando que a bênção e a sagração do novo templo haviam
começado.
A homilia foi proferida
pelo Senhor Arcebispo (Bispo do Porto) D. Júlio Tavares Rebimbas.
Seguiu-se um almoço, servido a todos os convidados no refeitório da Escola Secundária de
Penafiel, pelo Restaurante Caravana de Penafiel (já desaparecido), e aos
brindes usaram da palavra o Pároco de Milhundos que a todos agradeceu, António
Justino do Fundo, como Presidente da Câmara, que se disse feliz por assistir à
inauguração de mais um templo no concelho de Penafiel.
D. Júlio Tavares
Rebimbas, diz-se que lhe era muito grato inaugurar uma igreja, e que este dia,
era um dia célebre e histórico para Milhundos.
Por fim, D. António
Ferreira Gomes encerrou com um agradecimento ao Abade de Milhundos pelo empenho
posto na construção da igreja e na catequização das gentes de Milhundos.
Esta obra, rondou os 12
mil contos (60.000€). Cerca de 3 mil contos (15.000€), foram oferta da família
de D. António Ferreira Gomes. Da venda de terrenos do Passal, vieram 3.500
contos (17.500€). Os restantes foram fruto de contributos de todos os paroquianos
e de benfeitores que de longe, trouxeram o apoio material para a obra. A Câmara
de Penafiel, ofertou paralelos para todo o adro circundante.
O autor da planta foi o
arquitecto Mário Emílio Ferreira Mendes dos Santos Azevedo, a convite de D.
António Ferreira Gomes, que elaborou o projecto gratuitamente.
No adro da Igreja de
Milhundos, pode-se ver uma estátua de meio-corpo do Padre Carlos da Silva Reis
de autoria de Luís Mendes, como agradecimento de todos os milhundenses, a
perpetuar o carinho da freguesia de Milhundos por ele.
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