11 novembro 2012

O VIOLEIRO NA FEIRA DE S.MARTINHO



O VIOLEIRO
NA FEIRA DE S.MARTINHO

Violeiro afinando cavaquinho

Em tempos que já lá vão, na feira de S. Martinho em frente à Assembleia Penafidelense, montava o violeiro a sua tenda. 

Nela podia-se ver, apreciar, experimentar e comprar desde violas braguesas, violas amarantinas ou cavaquinhos.

Tocando uma peça musical
O violeiro afinava os instrumentos à frente de toda a gente, esgalhava nele uma peça musical para o potencial comprador não levar gato por lebre.

Naquele tempo, em Penafiel, havia um homem que se deslocava para todo o lado na sua bicicleta a pedal, acompanhado sempre com o seu cavaquinho.

Tocador de cavaquinho penafidelense
Chamavam-lhe o “choca do cavaquinho”. Este apelido que ele não gostava nem por nada, vinha-lhe de naquele tempo não existirem adubos para deitar à terra. Em sua substituição, havia homens que se dedicavam a despejarem a água choca das fossas para fertilizar os campos de cultivo. Este nosso amigo era um deles e daí advir tal alcunha.

Por isso, estes instrumentos não eram muito usuais, a não ser nos ranchos folclóricos.

Júlio Pereira com o cavaquinho
Mas foi Júlio Pereira, um dos mais importantes músicos e compositores portugueses dos últimos 40 anos, o grande responsável pelo crescente número de executantes do cavaquinho.

Capa do disco CAVAQUINHO
Começando a sua carreira em grupos rock dos anos 60 e princípios de 70, torna-se depois presença constante nas gravações de alguns dos nomes incontornáveis da música popular portuguesa (José Afonso, Fausto, Dulce Pontes, Sara Tavares, Carlos do Carmo …) e assina, em 1981, um álbum genial de nome «Cavaquinho», em que recupera esse instrumento «perdido» do nosso património e para ele inventa (ou reinventa, através de versões pessoalíssimas de temas tradicionais) um novo lugar na hierarquia dos cordofones portugueses.

Fiquem pois com Júlio Pereira em Celtibera 


E bom S. Martinho!

2 Comments:

Blogger Fernando Beça Moreira said...

Lembro-me perfeitamente da rapaziada lhe chamar "Choca" a este senhor que é no fundo uma saudade, uma figura de Penafiel. De facto ele "afinava" quando o mimoseavam com essa alcunha.
Destas coisas também se faz Penafiel. E como tu muito bem disseste "antes que o tempo nos mate".

Fernando andei um tempão à procura do Manolo Diaz e da sua canção mais emblemática: "La juventude tiene razon". Obrigado por a trazeres ao teu blogue..
Já agora viva o Júlio Pereira

Um abraço
Beça Moreira

10:33 da manhã  
Blogger Fernando Oliveira said...

Amigo Beça
Quero-te felicitar pelo 2.º lugar nas quadras de S. Martinho.

Todos sabemos que este executivo menospreza tal acontecimento literário. Penso que as quadras poderiam ser expostas nas montras dos estabelecimentos comerciais da cidade. Mas o que me surpreendeu, foi o próprio jornal N.P. que promove este concurso, nada trazer na sua capa.
Enfim, fruto do tempo.

Um abraço
F. Oliveira

12:48 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home