AS LAVADEIRAS
AS LAVADEIRAS
Capa da Revista Ilustração Portugueza |
Há profissões como as
lavadeiras, que foram desaparecendo com o evoluir da tecnologia e com a
melhoria de vida das pessoas.
As lavadeiras, todas as semanas
acorriam a casa das suas clientes, senhoras da burguesia e
das classes altas, para recolher a roupa para lavar.
Transportando as trouxas de roupa à
cabeça, lavavam a roupa nos rios, nos ribeiros ou em pequenos riachos, onde se
juntavam com outras lavadeiras.
A arte de lavar roupa, era
normalmente passada de geração em geração, e esta ocupação permitiu o sustento
de muitas famílias no início do século XX.
Profissão dura e desgastante,
manteve-se até ao aparecimento da água canalizada, e das máquinas de lavar
roupa, altura em que foi progressivamente desaparecendo, estando guardada
apenas na memória do povo.
Lavadouro de Puços |
Em Penafiel, foram construídos pelo
menos três lavadouros públicos. Um em Puços, perto do Largo da Ajuda, outro no Cedro
mais conhecido pelo lavadouro de Melres, e o de Chelo perto da Igreja do Carmo,
que ainda hoje funcionam, e com o avolumar da crise actual, de certeza que vai
ganhar novas aderentes.
Quem diria, que uma lavadeira de Entre os Rios, fazia a capa
da revista Ilustração Portugueza, da edição semanal do jornal O Século, de 29
de Outubro de 1917.
Também no
filme Aldeia de Roupa Branca,
realizado por Chianca de Garcia em 1938, a profissão de lavadeira é
imortalizada por Beatriz Costa com a canção:
Ó rio não te
queixes,
Ai o sabão
não mata,
Ai até lava
os peixes,
Ai põe-nos
cor de prata.
Três
corpetes, um avental,
Sete
fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Água fria,
da ribeira,
Água fria
que o sol aqueceu,
Velha
aldeia, traga a ideia,
Roupa branca
que a gente estendeu.
Um lençol de
pano-cru,
Vê lá bem
tão lavadinho,
Dormindo
nele, eu e tu,
Vê lá bem,
está cor de linho.
No entanto, há quem diga, que o maior
lavadouro nacional, está construído em Lisboa para os lados de S. Bento, onde
se continua a lavar roupa suja todos os dias, e de todas as cores.
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