CRUCIFIXOS FORA DAS ESCOLAS
A cidadã italiana de origem finlandesa Soile Lautsi, em 2002 havia pedido à escola estatal Vittorino da Feltre, de Albano Terme (Pádua), na qual estudavam os seus dois filhos, que tirasse os crucifixos das salas.
A direcção da escola se negou, por considerar que o crucifixo faz parte do património cultural italiano e, posteriormente, os tribunais italianos deram razão a este argumento.
Levado este caso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, recebeu como sentença a condenação da Itália por colocar crucifixos nas escolas, tendo o governo italiano de pagar à mulher uma indemnização de 5 mil euros por danos morais.
A primeira sentença da história desse tribunal em matéria de símbolos religiosos nas salas de aula considera que a presença do crucifixo na escola constitui “uma violação dos direitos dos pais de educarem seus filhos segundo suas convicções” e da “liberdade dos alunos”.
O episcopado italiano, em comunicado considera que esta sentença “suscita amargura e muitas perplexidades”.
“Ignora ou descuida o múltiplo significado do crucifixo, que não somente é um símbolo religioso, mas também um sinal cultural – acrescenta a nota. Não leva em consideração o facto de que, na verdade, na experiência italiana, a exposição do crucifixo nos lugares públicos está em harmonia com o reconhecimento dos princípios do catolicismo como parte do património histórico do povo italiano, confirmado pela Concordata de 1984”, que regula as relações Igreja-Estado nesse país.
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Morujão considera que o crucifixo, além de religioso, é um símbolo cultural. "É algo que representa dois milénios de História e estar a retirá-lo coercivamente tem qualquer coisa de fundamentalismo anti-religioso", critica.
"Daqui a nada também vão querer eliminar o sinal "+" em Matemática, porque é uma cruz que pode ofender os das religiões que não têm cruz nenhuma", ironiza.
Quando a minha pessoa, rompia os cueiros das calças nos bancos da escola, podem crer que em nada me afectava a aprendizagem, a cruz na parede por cima do quadro preto. Havia até uma professora que nos punha a rezar um padre-nosso antes dos testes para Deus nos ajudar, embora a malta acreditasse mais no espírito santo de orelha do vizinho do lado, ou no avivador de memória mais conhecido por copianço.
Só que esta proibição do crucifixo já atravessou o Atlântico e já ganhou adeptos no Estado de São Paulo no Brasil.
Sobre este assunto, o Frade Demetrius dos Santos Silva * São Paulo – Brasil, quando o Ministério Público de São Paulo proibiu a colocação do crucifixo em todas as escolas e repartições públicas desta região escreveu no Jornal Folha de São Paulo de 09/08/2009 com o título:
“Símbolos Religiosos nas Repartições Públicas do Estado de SP”,
““Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas … Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião.
A Cruz deve ser retirada!
Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas...
Não quero ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte...
Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados...
Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento...
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.”
Sou português, e estou plenamente de acordo com este Frade Demetrius dos Santos Silva, e o amigo?
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