SECOS & MOLHADOS
SECOS
& MOLHADOS
João
Ricardo (Voz, Violão, Harmónica), Ney Matogrosso (Voz), e Gérson
Conrad (Voz e Violão)
Com
a morrinha deste tempo que nos chegou nesta Primavera, fez-me lembrar
um conjunto brasileiro que se chamava Secos & Molhados.
Evidentemente
que este nome nada tem a ver com aquela manifestação que se
realizou em Lisboa, no reinado do Cavaquistão entre Polícias de
Segurança Pública.
A
formação inicial do grupo era composta por: João Ricardo (violão
de doze cordas e gaita), Fred (bongo) e António Carlos, ou Pitoco,
como é mais conhecido. O som, completamente diferente à época, fez
com que muitas pessoas interessadas em conhecer o grupo se dirigissem
ao bairro do Bixiga em São Paulo onde a banda se apresentava.
Entre
os “curiosos” estava a cantora e compositora Luhli, com quem João
Ricardo compôs alguns dos maiores sucessos do grupo ("O Vira"
e "Fala").
Fred
e Pitoco, em Julho de 1971, resolvem seguir carreiras a solo e João
Ricardo sai à procura de um vocalista. Por indicação de Heloísa
Orosco Borges da Fonseca (Luhli), conhece Ney Matogrosso, que muda-se
do Rio de Janeiro para São Paulo. Depois de alguns meses, Gerson
Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado ao grupo. O Secos &
Molhados começa a ensaiar e depois de um ano se apresenta no teatro
do Meio, do Ruth Escobar.
No
começo, as apresentações ousadas, acrescidas de um figurino e uma
maquilhagem extravagantes, fizeram a banda ganhar imensa notoriedade
e reconhecimento, sobretudo por canções como "O Vira",
"Sangue Latino", "Assim Assado", "Rosa de
Hiroshima", que misturam danças e canções do folclore
português como o Vira com críticas à Ditadura Militar e a poesia
de Cassiano Ricardo, Vinícius de Moraes, Oswald de Andrade, Fernando
Pessoa, e João Apolinário, pai de João Ricardo, com um rock pesado
inédito no país, o que a fez tornar-se num dos maiores fenómenos
musicais do Brasil da época e um dos mais aclamados pela crítica.
Discografia:
1973
– Secos & Molhados
No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio "Prova" para gravar – em sessões de seis horas ao dia, por quinze dias, em quatro canais – seu primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.
Os Secos & Molhados se tornaram um dos maiores fenómenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendas de discos e público. O disco era formado por treze canções que ao ver da crítica, parecem actuais até os dias de hoje. As canções mais executadas foram "Sangue Latino", "O Vira", e "Rosa de Hiroshima". O disco também destaca inúmeras críticas à ditadura militar que estava implantada no Brasil, em canções como o blues alternativo "Primavera nos Dentes" e o rock progressivo "Assim Assado" – esta de forma mais explícita em versos que personificam uma disputa entre socialismo e capitalismo. Até mesmo a capa do disco foi eleita pela Folha de S.Paulo como a melhor de todos os tempos de discos brasileiros.
1974
- Secos & Molhados Em Instrumental: Mobile
1974
– Secos & Molhados II
Em Fevereiro de 1974, fizeram um concerto no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil – enquanto o estádio comportava 30 mil pessoas, outras 90 mil ficaram do lado de fora. Também em 1974 o grupo saiu em turné internacional que, segundo Ney Matogrosso, gerou oportunidades de criar uma carreira internacional sólida. Em Agosto do mesmo ano, sai o segundo disco de estúdio da banda, que tinha em destaque "Flores Astrais".
Com
a saída de Ney Matogrosso que inicia uma carreira a solo, João
Ricardo adquiriu os direitos sob o nome Secos & Molhados, após
algumas brigas na justiça, e saiu à busca de novos músicos para
que a banda tivesse novas formações.
1978
– Secos & Molhados III
Após
o fim da primeira formação do grupo em 1974 surgiu em Maio de 1978.
João Ricardo lançou o terceiro disco dos Secos & Molhados com
Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. O
terceiro disco foi lançado, e mais um sucesso do grupo com a canção
"Que Fim Levaram Todas as Flores?", uma das canções mais
executadas no Brasil naquele ano, o que trouxe o novo grupo de João
Ricardo às apresentações televisivas.
1980
- Ao
Vivo no Maracanãzinho
Em
1980, é editado o disco do show do Maracanãzinho, Secos
& Molhados - Gravado ao vivo no mês de Fevereiro de 1974, resolvendo desta forma não só agradecer o carinho do povo fluminense,
como proporcionar às fãs que não conseguiu entrar para o show, a possibilidade de ouvirem o registo do mesmo.
1980
– Secos & Molhados IV
No
mês de Agosto de 1980, junto com os irmãos Lempé – César e
Roberto – os Secos e Molhados lançaram o quarto disco, que não
teve grande sucesso comercial.
A
quinta formação do grupo nasceu no dia 30 de Junho de 1987, com o
enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em São Paulo.
1988
– A Volta do Gato Preto
Em
maio de 1988 saiu o álbum "A Volta do Gato Preto", que foi
o último da década.
1999
– Teatro?
João
Ricardo lançou "Teatro?" mostrando a marca do criador dos
Secos e Molhados.
2000
– Memória Velha
Cuja
canção que abre o álbum se intitula vejam lá: Os Portugueses
Deixam a Língua nos Trópicos”, agora que tanto se fala do acordo
ortográfico, em que querem obrigarem os portugueses a escreverem à
brasuca.
2003
- Assim Assado
Tributo
ao Secos e Molhados é um álbum comemorativo dos 30 anos do Secos e
Molhados. O disco traz a participação de vários artistas da nova
geração reinterpretando todas as faixas do primeiro álbum de 1973
do grupo.
2009
– Secos & Molhados – Sempre
Uma colectânea que reúne os grandes êxitos dos Secos & Molhados.
2011
– Chato- boy
O
grupo em 2011 é comandado por João Ricardo, responsável pelos
textos e narrações e Daniel Iasbeck (Exótica) que compôs a
música. Chato-Boy é um disco de uma música só de 29 minutos, É
uma peça completamente diferente do Secos & Molhados clássico.
Vamos
ouvir a canção Sangue Latino, numa interpretação de Ney
Matogrosso. Se nos dias de hoje podemos considerar extravagante a
sua maneira de dançar e de se apresentar em palco, que fará nos
anos 70.
-
Bom domingo!
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