LEONARD COHEN
LEONARD
COHEN
Embora
tenha falecido no dia 7 de Novembro, só na véspera do dia de S.
Martinho, é que a notícia que morreu Leonard Cohen, correu mundo
através das redes sociais, jornais, rádios e televisões.
Leonard
Norman Cohen, cantor, compositor, poeta e escritor, nasceu no
Quebeque, na cidade de Westmount, arredores de Montréal, a 21 de
setembro de 1934. e faleceu com 82 anos, no dia 7 de Novembro de
2016, em Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos da América.
A
música entrou cedo na sua vida, na adolescência, com os Buckskin
Boys, um grupo folk de que não reza a história: o contacto com a
poesia de Federico Garcia Lorca, de quem muitos anos mais tarde
musicaria “Take This Waltz”
(1988),
conduziu-o à escrita - de poemas e romances.
Publica
três livros, quando nos anos 1960 se instalou numa ilha grega,
Hidra: "The Favourite Game" (1963), "Flowers for
Hitler" (1964), que reunia poemas seus, e "Beautiful
Losers" (1966). Mas regressará à América e à música.
De
visita a Nova Iorque, contacta de novo com a música folk e conhece a
cantora Judy Collins.
É
certo que as questões financeiras ditadas pelo desfalque de que foi
alvo por parte da sua inventiva manager, que terá inventado um novo
destino para cinco milhões de dólares e foi condenada a 18 meses de
prisão por isso, terão contribuído para esta súbita actividade
aos 80 anos, com digressões e a feituras dos três últimos álbuns
da sua carreira artística. Acabou por falecer (7 de Novembro de
2016), um mês depois de gravar no mês de Outubro do mesmo ano, o
seu último álbum You Want It Darker.
Discografia
de estúdio:
1967
- Songs of Leonard Cohen
Publica
então "Songs of Leonard Cohen", que abre com "Suzanne",
canção maior de amor, como tantas na sua pena, de um álbum
fulgurante - nas suas palavras e guitarras e coros - e onde também
se ouve "So Long, Marianne".
Marianne e Leonard Cohen na Grécia |
Em
Agosto de 2016, quando soube que havia morrido Marianne Ihlen (sua
musa e amante dos anos 1960 na ilha de Hydra, que seria focada na
canção eterna So
long, Marianne),
escreveu-lhe uma carta de despedida em que não escamoteava a
proximidade da morte.
"Sabes,
chegou este tempo em que estamos realmente tão velhos e os nossos
corpos caindo aos poucos que acho que vou seguir-te em breve. Sei que
estou tão perto de ti que, se esticares a tua mão, acho que
consegues tocar na minha."
1969
– Song from a Room
“Songs
From a Room”, é um trabalho intimista que nos absorve, letras
intensas acompanhados de melodias suaves numa combinação perfeita.
1971
– Songs of Love and Hate
Deste
terceiro disco, destaco as canções Avalanche e Joan of Arc, na voz
melancólica de Cohen
1974
– New Skin for the Old Ceremony
"New
Skin for the Old Ceremony".
A "velha cerimónia" é, evidentemente, o acto do amor. Ou
do ódio, ou da revolução, ou do canto... Todas as imagens do
passado coexistem nesta apologia do amor (físico) realizado – seja
em que parâmetros forem. discográfico mais alto da sua carreira).
"New
Skin"
marca um renascimento. O poeta sobreviveu, criou calos, recuperou uma
espécie de beleza. Pela primeira vez surge o humor seco e irónico
de Cohen
em toda a sua glória, no auto-retrato "Field
Commander Cohen"
e na canção tragicómica "There
is a War",
uma composição que revela a dualidade (ricos e pobres, homens e
mulheres, etc.) que está na base de toda a sua obra.
1977
– Death of a Ladies' Man
Death
of a Ladies' Man, foi marcado por divergências entre Cohen e Phil
Spector, o produtor do mesmo. Cohen nunca escondeu a sua insatisfação
como resultado final do disco.
1979
– Recent Songs
Após
o álbum Recent Songs, Leonard
Cohen
entrou num período de reclusão, no qual se dedicou à escrita
e ao budismo
1984
– Various Positions
Ele
retornou com um novo disco em 1984, quando lançou Various Positions,
álbum que traz "Hallelujah", música frequentemente
regravada por outros artistas, como Jeff
Buckley,
que a incluiu no seu álbum de estreia, 'Grace'
(1994).
1988
– I'm Your Man
O
álbum 'I'm
Your Man',
de 1988, foi um dos mais aclamados do artista, levando-o a uma
extensa turné pela Europa, EUA e Canadá. 'I'm
Your Man'
se destacou principalmente por apresentar elementos da música pop
moderna, como o uso de sintetizadores.
Após o sucesso de I'm
Your Man, Cohen passou a
lançar seus álbuns de estúdio com longos intervalos de tempo.
Muito por causa da sua dedicação ao budismo
1992
– The Future
"The
Future", foi um êxito e nessa altura tinha uma noiva, Rebecca
de Mornay - e mesmo assim deixou tudo para ir viver num mosteiro.
Cohen
pegou pela primeira vez numa guitarra num campo de férias judeu onde
arranjara emprego como conselheiro dos estudantes.
2001
– Ten New Songs
Ten
New Songs
é o décimo álbum de estúdio de Leonard Cohen, feito em parceria
com a cantora, compositora e produtora Sharon Robinson.
2004
– Dear Heather
"Dear
Heather" é um álbum em que você "desce da torre da
canção para se ajoelhar no altar da poesia".
2012
– Old Ideas
O
álbum “Old Ideas”, com o selo da editora Sony Music, reúne dez
canções novas, com Leonard Cohen a demonstrar o apreço pelos blues
e com a voz ainda mais grave e soturna.
Nele
canta os temas que sempre o acompanharam: a espiritualidade, o amor e
a morte. “É um manual para viver com a derrota”, descreveu
Leonard Cohen em Janeiro aos jornalistas em Paris, depois de uma
audição conjunta do novo álbum. “Eu sempre gostei de blues e da
construção musical, mas sempre senti que não tinha o direito de os
cantar”, reconheceu o cantor.
Aos
77 anos, sentiu-se com permissão para se meter nos blues e surgiram
as canções novas de “Old Ideas”, como “Show me the place”,
“Darkness”, “Amen” e “Banjo”.
2014
– Popular Problems
Popular
Problems arranca
com um blues em lume brando, sobre o qual a voz áspera de Leonard
Cohen vai confessando que lhe está no sangue esta coisa de gostar da
lentidão, desta forma desapressada quer seja na natureza das suas
canções.
Se
não houvesse mais algum álbum, o adeus estava aqui, sem amarguras,
como que agradecendo à música o regaço em cada momento de
imperfeição.
2016
– You Want It Darker
You
Want It Darker foi o seu último e magnífico 14.º álbum de
originais, que
havia
sido lançado no passado mês de Outubro de 2016, com Cohen a cantar
"I"m
ready,
my
Lord",
em jeito de despedida, com a voz grave pausada repousando no balanço
rítmico harmonioso de um música híbrida, algures entre o jazz, a
folk
e a espiritualidade do gospel.
Leonard
Cohen, foi um verdadeiro artista, uma referência não só na
musica, mas em tudo o que pões o dedo, um filósofo, um religioso…
sem duvida um senhor do nosso tempo.
As
canções de Leonard Cohen, vão perdurar nas nossas vidas, e por
muitas gerações.
Em
sua homenagem vamos ouvir na sua voz arrastada e melancólica “Dance
Me To The End Of Love”, um verdadeiro hino ao amor.
Para ficarem a saber um pouco mais da vida deste senhor, ouçam o discurso de Leonard Cohen por ocasião do recebimento do Prémio Príncipe de Astúrias de las Letras de 2011, com legendas em espanhol.
-
Bom domingo!
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